segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Sobre a forma que a tragédia me atinge

Vou dizer que não sou a pessoa mais empática quando ocorre alguma tragédia, como foi o incêndio de Santa Maria. Não é que eu não me importe, me importo. Mas tenho dificuldade de aplicar a situação na minha vida e no fim das contas, passa sem me atingir.

Acontece que mesmo não sendo muito de "baladas" propriamente ditas (nunca fui, mas especialmente nos últimos tempos, não troco "botecos" por casas fechadas, intituladas Baladas ou não), consegui listar mentalmente mais lugares que posso contar nos dedos que eu provavelmente me machucaria se houvesse algum tumulto, e é quase certo que morreria se esse tumulto fosse causado por um incêndio.



Justifico dizendo que sou mole e que demoro para ter noção do perigo. Uma vez, eu estava em um bar bem bacana, e enquanto aguardava meu pedido, começou a sair muita fumaça da cozinha, tocou um sininho de aviso e começou a esguichar água do teto da cozinha. Dava para vez o tumulto, mas no ambiente que eu estava, na metade do caminho entre a saída e a cozinha enfumaçada. Muita gente saiu correndo logo que viu a fumaça, mas eu fiquei lá pateticamente esperando para ver se deveria sair dali, ou se aquele monte de fumaça era inofensiva. 

Era inofensiva e nem chegou perto de mim. Mas se não fosse, as pessoas que correram estariam salvas e eu estaria sendo intoxicada.

Alem disso, já passei mal em lugares pequenos, super lotados e sem ventilação com uma portinha bem estreita na entrada, e mesmo assim voltei muitas vezes ao mesmo lugar. OK, não teve show pirotécnico, mas    de qualquer maneira, poderia ser eu... Poderiam ser meus amigos.... E essa possibilidade trouxe a tragédia de Santa Maria para muito perto.



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