Era uma tarde bem comum, dia de tempo bom, e eu não tinha qualquer pretensão além de sair para um lugar bacana durante a tarde com uma amiga,beber umas cervejas e “brincar” com o tarot dela. Acho que tarot, está na mesma categoria que o jogo do copo, do compasso, missa de cura, auto-hipnose e homeopatia. A primeira vez é sempre na brincadeira, depois decidimos se queremos levar a sério.
Pois bem, lá estavam duas solteironas, bebendo e jogando as cartas num lugar com meia luz, ótima decoração, com recortes de jornal na parede ouvindo uns vinis bem calmos/depressivos/românticos. Apenas nós e a atendente que estava longe, no balcão.
Aposto um fio de cabelo ruivo que você já sabe sobre o que estávamos falando.
Homens, claro, sempre eles.
Vocês devem saber que quando a solteirice não vem acompanhada de uma decepção ou prospecção, nos resta imaginar o que está por vir, e no caso, quando a imagem do homem perfeito do momento é projetada na mesma mesa onde se encontra um belo Tarot de Marselha na sua frente, as respostas para todas as dúvidas ou o pretexto para alimentar a fantasia são imediatas.
E foi assim que um diálogo mais ou menos assim aconteceu:
Amiga: É justo que duas garotas bonitas e interessantes como nós fiquem aqui sozinhas, na deprê e bebendo?
Tarot: Não (Pois é,o tarot responde sim ou não e isso é d+!)
Eu: Isso quer dizer que devemos ir naquele “rolê perdido” que é até bom para se divertir para quem não é exigente, mas péssimo para conhecer possíveis pretendentes?
Tarot: Sim
Amiga: Então hoje lá nós vamos encontrar um cara loiro e lindo?
Tarot: Sim
Eu: DOIS caras loiros e lindos!
Amiga: Por acaso esse cara vai dar mole para gente?
Tarot: Sim
Eu: Esses DOIS caras, DOIS!
Amiga: Esse cara vai ser charmoso e gostar de música boa?
Tarot: Sim
Eu: ESSES!
Bem, depois desse incentivo acabamos a bebida e partimos para o “rolê perdido”. Lá encontramos um ser bem parecido com a nossa encomenda ao Tarot. Um cara loiro bonito e charmoso com uma camisa do Guns! E foi ai que pensei : MALDITO SINGULAR!
Só tinha um cara, e era obvio que o tarot não aceitava correções depois de proferida a sentença.
Acabou que em certo momento minha amiga beijou o fulano, e em outro momento, eu beijei o fulano. Pois é, descobrimos isso conversando na hora de voltar para casa e foi menos constrangedor que engraçado, menos engraçado que assustador.
E assim foi minha primeira experiência com as cartas.
Se eu acredito do poder do tarot agora? Bem, acredito quando me convém.
Mas posso garantir que acredito cegamente no poder o plural. Usar o plural é muito importante gente! Nunca se esqueçam disso.
PS. Me preservo no direito de não expor os envolvidos e a data aproximada, já que o texto é baseado em acontecimentos reais.
PS2. Vocês gostam desse tipo de histórias mais pessoais?